Um lugar ao sol

A Calheta tem vindo a afirmar-se no sector turístico. O segredo está em valorizar o que é madeirense e manter-se fiel às origens, dinamizando-as.

 

É essencialmente conhecida pela sua frente mar mas tem muito mais para oferecer. O que se sente é algo remotamente familiar. Vive-se com a especial sensação de estar de férias. O ritmo abranda, a natureza paira em volta e avistam-se algumas unidades hoteleiras. Sem esquecer o clima, que convida qualquer um àquelas paragens.

Não só de sol e mar vive a Calheta. O investimento nas atividades lúdicas e náuticas, o crescente interesse pelas artes e cultura e até uma vivência muito fiel das tradições madeirenses transformam este concelho num dos locais mais procurados da ilha para se estar.

Talvez sejam estes os segredos que fazem do concelho da Calheta um pólo turístico em expansão. E foi neste sentido que a Essential Madeira conversou com Carlos Teles, Presidente da Câmara Municipal da Calheta.

A realidade local é hoje o que não era em tempos no maior concelho da Ilha da Madeira e “está a desenvolver-se no sector turístico”, afirma Carlos Teles. Não só graças a entidades públicas mas também às privadas. A melhoria das acessibilidades veio transformar a realidade calhetense, e o que parecia distante já não o é. A vontade é a de continuar a criar as condições necessárias para o seu crescimento e evolução.

A nível hoteleiro o concelho demonstra também um crescimento exponencial. Já ultrapassaram as 2.000 camas disponíveis, em que cerca de 400 são de alojamento local, representando o segundo concelho, após o Funchal, com mais alojamentos locais na ilha.

 

Carlos Teles destaca haver uma procura acrescida pelo turismo rural. Envolver-se com a comunidade e com as tradições são objetivos de quem vem sem um “pacote de férias” pré-pago, mas que pretende viver de acordo com o estilo de vida madeirense. Isto tem impacto direto nos pequenos negócios locais, como mercearias e restaurantes e consequentemente a nível económico no concelho.

Para o Presidente da Câmara Municipal da Calheta, uma outra constatação importante é o aumento do Turismo Jovem. O “mar, o excelente clima, condições para desportos náuticos, veredas, levadas, trilhos de BTT” são atividades nas quais o concelho tem notado um grande investimentos atraindo camadas mais jovens.

Para além do interesse turístico, a Calheta representa também um dos destinos com maior procura de segunda residência, refletindo o crescimento do mercado imobiliário local. “Temos cidadãos estrangeiros, principalmente do norte da europa, que têm a sua residência cá, no concelho da Calheta, fazem as suas férias cá, principalmente no inverno”, combatendo em grande parte a sazonalidade característica do local. A média de estadia varia entre os quatro e os seis meses.

Neste contexto e ”fruto do trabalho dos últimos 4 anos” Carlos Teles aponta a descida do Imposto Municipal sobre Imóveis como uma vitória para o concelho, traduzindo-se num fator atrativo para quem procura uma segunda residência na Ilha da Madeira.

É interessante ver como novas empresas surgem e fazem desta realidade a sua vida. Seja na observação de cetáceos, nos passeios guiados ou até no mergulho, a título de exemplo o Clube Naval e o centro de mergulho. A realidade é que a dinamização empresarial eleva o concelho a um pólo turístico diversificado e apelativo. 

Rematando esta ideia, Carlos Teles acredita que o investimento reside no apoio das empresas e associações que já existem na Calheta. Apostar naquilo que é madeirense de alma, saber comunicar e apelar à envolvência dos visitantes com a cultura madeirense, sendo que muitos “vêm à procura daquilo que é nosso, o que nós comemos, o que nós fazemos”.