A cascata da Ponta do Sol

A Levada do Moinho e a Levada Nova são dois trilhos que se completam, cheios de beleza e surpresas.

 

A Ponta do Sol, conhecida por ser o município das artes, tem também beleza por descobrir entre trilhos e levadas. Além da já tão conhecida cascata dos Anjos, na Estrada Regional 101, a paisagem natural da Ponta do Sol pode ser apreciada no percurso Levada do Moinho – Levada Nova, especialmente afamado pela sua imponente cascata.

Construída nos entre as décadas de 1920 e 1930, a Levada do Moinho inicia-se no sítio da Lombada da Ponta do Sol, junto à Capela da Lombada, onde a levada converge, e onde existe um moinho antigo, que pode até ser visitado e que deu o nome à levada.

No início da caminhada destacam-se os terrenos agrícolas cultivados. Por entre eles, vislumbram-se fantásticas panorâmicas sobre a vila da Ponta do Sol.

Ao longo do percurso, a diversidade é vasta, quer em termos de beleza, como também em variedade de flora e fauna, com espécies endémicas como marmulanos, barbuzanos e pau branco.

Ao longo do trajeto encontramos quedas de água. Também é possível ver, por vezes, a Levada Nova, que se situa a uma altitude cerca de 200 metros acima da Levada do Moinho.

A primeira parte do percurso termina numa zona com mesas e bancos, para desfrutar de um picnic no meio da vegetação.

A partir daqui há uma subida um pouco mais exigente, que dá acesso à Levada Nova, também conhecida como levada dos Zimbreiros. São cerca de 166 degraus até ao cimo. Depois o caminho continua no sentido contra a corrente da levada. Ao fim de cerca de dez minutos de caminho, encontramos a tão esperada cascata, situada na margem da ribeira da Ponta do Sol.

A cascata é especialmente peculiar por estar emoldurada na rocha, acabando por ficar integrada na levada. Entramos num arco de pedra, passando por baixo da rocha e da cascata que sobrepõe o trilho da caminhada. 

A partir daqui a opção pode ser regressar pelo mesmo caminho, ou continuar, completando uma espécie de trajeto circular, continuando pela Levada Nova. Esta segunda opção é mais exigente e não é recomendável a caminhantes menos experientes. Aliás, estes trajetos não fazem parte da rede de percursos recomendados da Madeira, mas estão acessíveis ao público.

O percurso pela Levada Nova leva a um túnel logo após a cascata, que apesar de permitir ver a luz ao fundo, exige uma lanterna como guia. O trilho conduz por entre canas-de-açúcar e outros campos agrícolas e termina praticamente no ponto de partida da Levada do Moinho, um pouco mais acima.

O principal objetivo da Levada Nova era o fornecimento de água de rega às terras entre a Ribeira da Caixa e a Ribeira Brava. Tem uma extensão mais 50 km, contando desde a central da calheta.

A opção mais fácil é chegar à belíssima cascata, usufruir o momento que é considerado por muitos o ponto alto da caminhada, tirar algumas fotografias, e regressar pelo caminho inicial da Levada do Moinho, chegando ao mesmo ponto de partida.

Ao todo, são cerca de 8,5 quilómetros, e 3 a 4 horas de viagem. É recomendado roupa e calçado adequado e algum equipamento extra, no caso de serem percorridas ambas as levadas.