Entre a primavera e o verão, duas cores ganham especial destaque na cidade do Funchal: o amarelo e o roxo.
À chegada do mês de abril, os passeios e as estradas da cidade do Funchal cobrem-se num tapete arroxeado. Ao contrário dos tapetes preparados durante a Festa da Flor, a influência do homem em nada compromete o molde que as flores dos jacarandás formam.
Entre os cerca de dois quilómetros que perfazem as avenidas Arriaga e Infante, os jacarandás dominam a paisagem, de um lado e do outro da estrada, brincando num ziguezague roxo, que dura até ao final do verão.
A partir do mês de junho, a eles juntam-se o colorido das flores da tipuana, também conhecida como acácia draco. Dispostas em cachos, de um amarelo quase torrado, cobrem a copa das árvores quase por completo para depois, lentamente, caírem nas ruas da cidade, nas mesmas avenidas e também na Avenida Zarco.
A área onde está a estátua do descobridor da Madeira, João Gonçalves Zarco, é uma das melhores para poder observar o contraste criado pelas flores das duas árvores, o roxo e o amarelo.
A ideia de espalhar jacarandás e tipuanas em jardins e parques surgiu na primeira metade do século XX, associado ao Plano de Urbanização do arquiteto Ventura Terra, um projeto que pretendia reformular a cidade do Funchal.
Além de alguns edifícios emblemáticos e das grandes avenidas, que hoje fazem as delícias de quem gosta de andar a pé, o plano deixou ainda outra herança: a cor. Porque a escolha destas espécies de árvores não foi um acaso. O amarelo e o roxo são as cores do Funchal, que constam na bandeira da capital madeirense: o roxo em alusão ao vinho; o amarelo em homenagem ao açúcar, o ouro do século XV.
Originários da América do Sul, os jacarandás podem atingir os cerca de quinze metros e estão espalhados um pouco por todo o centro da cidade. Florescem entre os meses de abril e junho.
Já a tipuana, tem o seu período de floração entre os meses de junho e agosto e partilha a mesma origem sul-americana dos jacarandás. Além da Avenida Zarco, enfeitam ruas como a Pedro José de Ornelas (Pena) e João de Deus, assim como o jardim municipal.
Os jacarandás e as tipuanas representam a primavera e o verão no Funchal. O contraste entre ambas é cenário de milhares de fotos.