Júlio Pereira dá a cara pelo restaurante Xôpana e aposta numa cozinha do Mundo, livre para escolher os ingredientes e propostas em cada momento.
Desde a sua abertura há cerca de 12 anos, o restaurante Xôpana, no hotel Choupana Hills tem apostado em fazer a diferença, através dos vários chefes que ali têm dado asas à criatividade. Agora à frente da cozinha está o Chefe Português Júlio Pereira.
As propostas são uma interpretação sobre o restaurante, mas rompendo com o hábito de ter um conceito gastronómico específico. O Chefe confessa à Essential que existe «uma linha indicadora de traços orientais», mas a sua proposta procura romper com essa tradição e abrir a carta a produtos oriundos de todo o Mundo e a inspirações gastronómicas com diferentes origens, porque «nós somos uma esponja da globalização».
Fruto da experiência de trabalho em diferentes zonas do Mundo e das viagens que tem feito, Júlio Pereira apresenta uma carta com sabores universais, onde podem conviver, por exemplo, umas tão portuguesas sardinhas, um cuscuz à maneira africana, ou um peixe ou carne cozinhados de diferentes formas, de acordo com os produtos existentes no mercado e com a influência do momento.
Júlio Pereira lembra que «os chefes vão e o vêm e o Xôpana continua», pelo que o chefe faz parte de uma fase de um restaurante, mas a identidade é a mesma. No entanto considera importante, que em cada fase as pessoas tenham uma referência do chefe, pois conhecendo o chefe, sabem o que podem esperar.
Esta cozinha universal é a maneira de estar de Júlio Pereira, já que está habituado a ser desafiado na arte de criar pratos a partir dos mais variados ingredientes e referências. É uma cozinha que surpreende, onde os sabores não são previsíveis, mas onde existe harmonia.
As cartas vão mudando com a estação e em cada nova proposta o chefe promete juntar novos ingredientes e novas ideias, sem uma vinculação obrigatória a um lugar ou um tipo de comida.
Júlio Pereira é autor de livros sobre gastronomia, e dedicou-se à recolha de receitas e tradições gastronómicas da Madeira. Além da experiência em vários restaurantes da Madeira, passou por Angola e São Tomé e Príncipe, além de Lisboa, onde esteve, entre outros, no Penha Longa.