Seja devido a edifícios contemporâneos ou por causa de património histórico, as cidades identificam-se por construções que lhes dão alma.
Atualmente algumas cidades, além das formas mais comuns de cativar e atrair turismo e investimento, apostam numa outra, que passa pela preservação e conservação de edificado e zonas históricas e também na construção de obras de arquitetura, para assim criarem nichos de interessados e alavancarem o crescimento do número de turistas que as visitam.
Um exemplo é Bilbao e o seu Museu Guggenheim, uma construção contemporânea, onde é claro e notório que a obra de arquitetura fez com que a cidade fosse mais conhecida e apetecível para novos visitantes e para quem embora já conhecendo a cidade, tivesse ganho uma razão para uma nova visita
Outras cidades foram na direção da conservação e recuperação do património edificado e de zonas históricas, mesmo que lhe dando novos usos, atualizando os existentes. Assim tornaram mais apetecíveis as visitas e os investimentos em locais que anteriormente se encontravam degradados e fora do circuito comercial e turístico.
Seja qual for a opção seguida para diferenciar as cidades pela arquitetura, muitas investiram na criação e desenvolvimento de guias, que permitem aos visitantes encontrar de uma forma mais certeira e rápida as zonas e edifícios de referência. Esses guias, normalmente trazem um breve historial da zona ou edifício em causa.
Todos eles começaram pelo formato físico, passando por um simples mapa, ou um formato encadernado, com pouco ou muito volume, consoante o pretendido. Com o uso cada vez maior dos tablets e smartphones, muitas cidades e empresas investem em formatos para dispositivos móveis, que desmaterializam o guia e são interativos.
É errado pensar que só quem nos visita quer usar estes guias, pois temos a convicção que mesmo quem habita as cidades, não conhece todos os edifícios e zonas marcantes. O guia é uma oportunidade clara para quem os utiliza e para aqueles que produzem este tipos de “ajudas”, que sendo feitos com qualidade, servem para mostrar o que nos caracteriza e demarca dos outros sítios, aos de cá e aos de fora.
O Funchal já merecia ter um guia, ou aplicação, que mostrasse aquilo que nos caracteriza e torna únicos, também através do seu património edificado, onde se incluiria, e destacaria desde logo, as Quintas Madeirenses, propriedades com casa senhorial, já de alguma dimensão e rodeadas de jardins com árvores, como a Quinta das Cruzes, a Quinta Vigia entre outras. Além disso deveriam incluir alguns traçados urbanos, que nos permitem observar alguns bons exemplos, não só de Quintas, mas também da evolução da arquitetura ao longo do tempo na Madeira, e da oportunidade de vermos algumas fantásticas vistas sobre a Baia, como por exemplo a Rua Conde Carvalhal.
A Zona Velha do Funchal, as Fortalezas do Pico e de S. Lourenço, o Forte de São Tiago, os edifícios do Arquiteto Chorão Ramalho, o edifício do Casino e do Hotel Casino, seriam mais alguns exemplos, entre muitos outros.
Um guia, ou que lhe quiserem chamar, bem feito, elaborado por quem de direito, seja ele em forma física ou em aplicação para dispositivos portáteis seria uma mais-valia não só em termos turísticos, mas também em termos educativos, porque quanto mais pessoas conhecerem o património, neste caso o edificado, mais fácil será a compreensão para a importância da sua preservação e conservação.